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27 de abr. de 2009

Você é uma pessoa contenciosa?

Tenho acompanhado alguns blogs na Internet e cada vez mais estou me convencendo de que os conteúdos do Evangelho de Cristo se dissipou na história de tal maneira que a igreja atual perdeu-se em meio a um caos teológico miscigenado por doutrinas e revelações particulares não mais se discernindo o certo do errado. Se tal prática é bíblica ou não, qual o nome dos demônios, onde eles atuam, quem é o mais forte, o que vem após a morte e outras dúvidas primárias. Hoje faz-se teologia a partir das práticas e não o contrário.

O que tenho presenciado na Web é que as discussões em certos blogs evangélicos ocorrem em linguagem de baixo nível, com insultos e imprecações sobre os opinantes, o que não deveria ocorrer.



Alguns autores de blogs mantêm os comentários retidos para avaliação e só liberam aqueles bons ou os que elogiam o artigo, dando a impressão de que todos os leitores concordam 100% com tudo o que está escrito, o que não é verdade. Ninguém consegue agradar a toda platéia dos crentes internautas.

Há alguns assuntos bíblicos polêmicos, não revelados a nós, que se transformam em verdadeiras iscas àqueles que gostam de discutir de forma bastante crítica. Presenciei em alguns blogs alguns ”irmãos em Cristo” que se atacam como cães Pitt bulls em uma arena discutindo muitas vezes bobagens. E isso é vergonhoso para a igreja, porque é contra o princípio do cristianismo que lida com a questão do amor. Significa dizer que os conteúdos do caráter ou os valores de uma pessoa que um dia se encontrou com Cristo deveriam ter sido mudados e muitos aspectos comportamentais.

Há nas escrituras algumas qualidades que devem estar presentes na vida do crente, caso contrário isso o desqualifica inclusive como salvo.
Há que se fazer uma introspecção individual, uma auto-análise que a Bíblia chama de “examinar-se o homem a si mesmo”( I Cor. 11:28), que é uma instrução de Paulo à igreja de Corinto, que tinha uma natureza pecadora, e isso há dois mil anos atrás sob o apostolado de Paulo!

Temos que refletir sobre nós mesmos e fazermos essas perguntas que são um check-list para verificarmos se temos, pelo menos, alguns atributos que devam existir em alguém que nasceu de novo. Seja bastante sincero consigo mesmo e não tente se autojustificar. O pior doente é aquele que não reconhece sua doença para tratá-la e curá-la.

1 – Você é um crente que gosta de contendas?
Quando você entra numa discussão é para pacificar a conversa, ou você põe ainda mais fogo naquilo que já está ateado? Você gosta de ouvir fofocas? Gosta de “ver o circo pegar fogo”? Quando ouve uma notícia ruim logo pega no telefone e repassa a todos os seus conhecidos? Se há alguma dissensão na igreja você corre para apagar o fogo ou fica ao longe olhando para ver no que vai dar? Se falarem mal de você, logo pega no telefone e espalha para o máximo de pessoas da sua agenda o seu pieguismo, que é um apelo excessivo ao seu sentimento?

Se você caiu na qualidade de crente que quer atear fogo em quem não te aceita, há problema no seu cristianismo.

O crente tem que ter uma natureza pacificadora, para que ele possa ostentar o nome de “filho de Deus”. Isto está escrito no sermão do monte no capítulo 5 de Mateus . Quem primeiro promoveu a paz entre Deus e os homens foi Jesus. Ele veio reconciliar o homem com Deus através da cruz. Não se concebe uma pessoa que freqüente uma igreja e que se identifique como cristão com esse defeito na alma. Você tem que resolver isso e o momento ideal é agora. Não espere mais. Humilhe-se perante o Senhor, peça perdão a Ele e recomece sua vida de pacificador agora. Essa mudança exige vontade e coragem para persistir até a vitória total, vigiando e orando até que esse defeito de sua alma seja removido.


2 – Você é um crente de ânimo precipitado?
Esse comportamento é o contrário de longânimo, ou paciente, que a Bíblia tanto exalta. O precipitado é aquele que toma decisões por impulso. É a regra que governa o mundo animal. Se o animal for atacado ele contra-ataca. “Olho por olho, dente por dente”. Já vi crentes dizerem: “não pisem no meu calo, senão eu vou mostrar quem eu sou”.

Essa é a regra do bandido, daquele que mata, estupra e rouba e que estão sempre nos noticiários. A regra do bandido funciona assim: “se me falarem mal, eu dou logo um tiro e resolvo a parada”. Entre os crentes funciona assim: “se me derem um tapa na face, eu retribuo com dois murros no queixo. Se me falarem algo que eu não gosto, vou espalhar uma difamação bem pior. Vou tirar satisfação e colocar tudo a limpo”.

Significa dizer: “se o cara for bandido eu vou ser pior do que ele”. “Se alguém falar mal de mim, eu serei pior do que esse alguém”. E isso tudo em nome da “sinceridade”. Essa é a regra do bandido. E cada um justifica o seu comportamento à sua moda dizendo: “eu sou descendente de espanhol que tem sangue quente. Sou de família italiana que bate boca. É que eu sou muito extrovertido e falo na hora, porque sou muito sincero”.

Esse comportamento nos transforma em pessoas piores do que o nosso ofensor. É por isso que Jesus disse: “não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem (Mt. 5:45)” Eu não posso combater o mal com um mal maior, pois para fazer isso terei que encarnar o mal multiplicadamente. O mal só pode ser combatido com o bem. Eu só posso combater trevas com luz e não com mais trevas.

Se essa carapuça lhe pegou, ótimo. É tempo de rever os seus conceitos de cristianismo e começar já a mostrar essa mudança. Volte aos blogs em que escreveu coisas ruins e mostre a sua conversão. Comece por aí. Refaça seus comentários.


3 – Você é um crente de coração inclinado ao perdão?
Há pessoas que cruzaram o seu caminho e te magoaram. Em toda a nossa vida encontramos pessoas que nos amam e outras, nem tanto. A Bíblia é clara com relação à solução de conflitos na área do perdão.

Em primeiro lugar, o perdão não é uma opção sua, mas sim uma obrigação imposta a todo crente como condição da aceitação e do perdão de Deus. Como quem tomou a decisão de perdoar incondicionalmente o homem foi Deus, não se concebe no âmbito celestial um ser inferior, humano, que não perdoe, pois isso seria uma franca rebelião contra Deus. Por isso Jesus impõe essa obrigatoriedade do perdão como condição para sermos perdoados. Não existe para o crente a possibilidade da outra via ou do não-perdão, caso contrário ele se desqualifica como tal. Deus não aceita dele a sua adoração e nem a sua oferta. Tudo se transforma em ato nulo, como se diz no direito.

E como funciona? O ofendido é quem vai procurar o seu ofensor, e não o contrário.
“Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma cousa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta” (Mateus 5:23-24).

Porque para o mundo funciona assim: ele me ofendeu, então ele que me procure para me pedir perdão. Mas no âmbito cristão, o fluxo ocorre no sentido contrário.

Mas o poder do perdão é fantástico. A sensação de libertação, de leveza na alma é tão grande, que quem é mais beneficiado é a pessoa que oferece o perdão. O vencedor é aquele que perdoa o seu ofensor.

Que tal colocar em prática isso agora? Ligue agora para aquela pessoa que te ofendeu e diga a ela “você me ofendeu, mas eu queria te dizer que mesmo assim eu te considero, porque eu vejo em você uma pessoa com um potencial de ser meu amigo e eu gostaria que me perdoasse, se te ofendi em alguma coisa. Não gostaria que nossa amizade fosse rompida por coisa alguma. Gostaria de te convidar a tomarmos um café em algum lugar e conversarmos”. Olha aí uma sugestão. Faça isso com o seu irmão, alguém de sua família, aquele pastor que te puxou a orelha com amor.

O amor é o vínculo da perfeição. Col. 3:14
pr Videira