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20 de fev. de 2009

A Vida é uma Maratona

A maratona é a mais longa, desgastante e uma das mais difíceis e emocionantes provas do atletismo olímpico. Ela é disputada na distância de 42,195 km desde 1908.
A origem da Maratona é cercada de lendas. Conta-nos a história que no ano de 490a.C. quando os soldados atenienses partiram para a planície de Marathónas para combater os persas na Primeira Guerra Médica, suas mulheres ficaram ansiosas pelo resultado porque os inimigos havia jurado que, depois da batalha, marchariam sobre Atenas, violariam suas mulheres e sacrificariam seus filhos.

Ao saberem dessa ameaça, os gregos deram ordem a suas esposas para matarem seus filhos e, em seguida, suicidarem-se, caso não recebessem a notícia da sua vitória em 24 horas.



Os gregos ganharam a batalha, mas a luta levou mais tempo do que se havia previsto, de modo que eles temeram que as mulheres executassem o plano. Para evitar isso, o general grego Milcíades ordenou a seu melhor corredor, o soldado e atleta Filípides, que corresse até Atenas, situada a cerca de 42 km dali, para levar a notícia. Filípides correu essa distância tão rapidamente quanto pôde e, ao chegar, conseguiu dizer apenas a palavra "VENCEMOS", e caiu morto pelo esforço.

Interessei-me por Maratona quando soube que o pastor Ricardo Gondim da Igreja Assembléia de Deus Betesda, ao qual tributo grande honra pela sua simplicidade como pessoa humana e sabedoria divina nos seus sermões, correu 5 maratonas de 42 km. E olha que ele já passou dos 50 anos de idade, como eu.

Então tomei algumas decisões importantes na minha vida relacionadas à minha saúde física. Abandonei minha vida sedentária, mudei meus hábitos alimentares, abri um espaço na minha agenda e fui correr.

No início conseguia correr no máximo 100 metros e parava ofegante. Andava um pouco, corria mais um pouco, parecia que o coração ia sair pela boca. Os pulmões puxavam o ar desesperadamente. Consegui fazer assim um percurso de 4 km com muita dificuldade.
Não desisti. Continuei assim mesmo, sete dias por semana, correndo/andando os mesmos quatro quilômetros. Hoje, após 90 dias, já corro os quatro km quase continuamente. Ainda paro na metade de uma subida íngreme. Mas já consegui vencê-la duas vezes sem parar. Comemorei. Mais alguns dias e já estarei fazendo todo o percurso de 4 km correndo. Depois irei aumentando a distância até chegar aos 10 km, o que me deixa preparado para correr em mini-maratonas, que é a minha meta.

Toda grande caminhada começa com o primeiro passo; um dia dei minhas primeiras passadas e já estou aqui correndo quatro quilômetros.

Vivenciei de forma prática que o nosso corpo não aceita desafios que o coloquem em posição de desconforto. Os músculos das pernas doem assim como os dos pulmões. O que o corpo quer mesmo é descanso, rede, cama, espreguiçadeira. Nada de esforço. Se não lutarmos contra essa tendência, somos vencidos. Os problemas de saúde virão e a qualidade de vida será baixa, com colesterol alto, artrose, pressão alta, diabetes, morbidez e grande risco de infarto ou aneurisma cerebral.

Há na Bíblia um versículo desafiador na Bíblia que diz que “Sem santificação, ninguém verá o Senhor.” Hebreus 12:14. Se essa é a condição para eu vê-LO, entrar no Reino dos Céus, então todo o meu esforço nesta terra, todo meu empreendimento deverá ser convergido para alcançar essa condição, caso contrário, toda a minha vida terá sido em vão. De que adianta ter vivido aqui uma vida nababescamente, em meio a carrões, mansões e dinheiro, se ao final dela não conseguir atingir o alvo da minha suprema vocação, que é a nossa salvação em Cristo?
Cumprir-se-á em nossa vida o alerta de Jesus: Ganhamos o mundo inteiro e perdemos a nossa alma para sempre. Por um período tão curto, 60, 70, 80 anos? O que é isso comparado à Vida Eterna? Nada.

A gente sabe que o assunto santificação não é popular. Incomoda. Se alguém prega sobre isso, as pessoas mexem-se nas cadeiras. As mentes carnais não gostam porque estão satisfeitas com o seu modo de vida em pecados que os levarão para os abismos eternos de perdição. Esse tipo de mensagem não atrai multidões.

Fico imaginando se uma equipe médica tomasse a decisão de sempre dizer aos seus pacientes palavras boas. “Não importa a doença que esteja alojada nos corpos de nossos pacientes, sempre diremos que tudo está bem, que não precisam se preocupar. Assim eles sempre ficarão felizes.”. Ao final, tudo acabará bem: num caixão.

Não é isso que temos presenciado e vivenciado na maioria dos púlpitos das igrejas, principalmente as grandes e abarrotadas de gentes? O que faz essas igrejas crescerem? Palavras de santificação? Com certeza não. Esse tipo de mensagem não atrai. Na certa o foco é prosperidade financeira, a tal teologia da prosperidade.

O resultado desse tipo de mensagem é produzir cada vez mais pessoas magoadas com a igreja, com o pastor e o que é pior, com Deus. Pessoas desiludidas com o evangelho. Magoadas com um “Deus que não me ama”, que “não me dá o que eu lhe peço”, porque essas pessoas estão desempregadas, com dívidas acumuladas desesperadas e escravas das inúmeras campanhas de prosperidade, como um viciado em jogos de loteria, na esperança de serem “sorteados” por Deus.
Crentes desanimados, não lêem mais a Bíblia, não oram, estão em estado de letargia espiritual com cara de enjôo. Você já viu esta cena, com certeza. Talvez você seja um deles, admita. Crentes vêem à igreja arrastados, ficam bocejando no culto, conversando, vão ao banheiro no meio da pregação, não participam do louvor, da oração, de nada.

Quando o culto acaba, correm para a porta de entrada como ratos fugindo para não serem apanhados pela multidão em pânico querendo sair para irem embora para suas casas. Você está rindo? Não é que isso acontece assim mesmo? Estão enfastiados de igreja, como o povo de Israel com o maná, o qual eles chamaram de “pão vil”. Cadê a comunhão com os irmãos, como vou levar as cargas uns dos outros se eu nem ao menos me dou a chance de conhecer os que me rodeiam todos os finais de semana?

Mas isso é apenas diagnosticar a doença e não tratá-la. Foi o que fiz. Reconhecendo que isso é verdade e pode ser o seu diagnóstico, então o que você deve então fazer para mudar radicalmente esse estado de morte em sua vida?

A primeira decisão que você deve tomar é querer mudar, sair desse estado. E é aí que o “bicho pega”. A maioria das pessoas vai ler esta reflexão e não tomarão decisão alguma. Falo sério. A cada 200 pessoas que se prega o evangelho, uma segue o caminho como discípulo fiel até o fim. As demais desistem no curso do caminho. Não seja você essa pessoa. Se você se enquadra em tudo isso que foi escrito até aqui, dê os seguintes passos em direção a uma mudança radical já.

Há uma fábula chamada de “O Sapo de Einstein”, que diz que se você pegar um sapo e pô-lo numa panela com água fria e aquecê-la gradativamente, o sapo morre, porque vai se adaptando ao calor crescente sem perceber que isso o levará à morte. Se, porém o sapo for jogado numa panela com água quente, ele pula para fora.

Isso nos ensina que se quisermos mudar, temos que nos dar um tratamento de choque. Passos que podem levá-lo à mudança, se você quiser mudar:

1. Decida-se já a querer mudar agora.

2. Hoje mesmo você vai separar um momento devocional de leitura da Bíblia e em seguida um momento devocional de oração. Comece com 10 minutos de leitura e 10 minutos de oração. O seu corpo vai reclamar.

3. Você tem que dar um tratamento de choque em seu estado de desânimo. Lembre-se da maratona. Os primeiros passos são cansativos. O corpo não quer correr, quer descansar. Assim também você poderá se sentir ao princípio, mas não desista, porque os seus músculos espirituais vão começar a se fortalecer.

4. Na semana seguinte, procure aumentar o tempo para 15 minutos de leitura devocional e 15 minutos de oração.

5. Com o tempo você vai cada vez mais se sentindo fortalecido espiritualmente. Seu linguajar vai mudar, seu amor pelas pessoas vai crescer. Sua depressão vai desaparecer, suas feições vão mudar. É o Espírito Santo mudando o seu interior.

6. Tentações virão. O inimigo de nossas almas não descansa. Haverá dias em que você não vai querer nem orar e nem se dedicar à Palavra. Vai querer jogar tudo para cima. Mas, atenção a esse momento crítico. Não aceite, não desista. Diga não a essa tentação e continue.

7. Após seis meses, seu espírito sentirá falta da Palavra e da Oração diária, você não verá a hora de se encontrar com Deus no seu quarto, a Palavra lhe causará imenso prazer e o mais importante, o seu processo de santificação estará em curso. Você está a caminho da estatura de Cristo, que é o nosso alvo, dito por Paulo aos Filipenses.

8. Você está salvo. Ufa! Valeu a pena. Você verá o Senhor no último Dia.

A vida é muito breve, meu irmão. Não vale a pena ganhar o mundo inteiro e depois perder a alma. Não é?

Nos apelos, cantávamos muito esse hino da Harpa Cristã. Que linda letra.

Ao findar o labor desta vida,
Quando a morte ao teu lado chegar,
Que destino ha de ter tua alma?
Qual sera no futuro teu lar?

Meu amigo hoje tu tens a escolha:
Vida ou morte, qual vais aceitar?
Amanhã pode ser muito tarde,
Hoje Cristo te quer libertar.

Tu procuras a paz neste mundo.
Em prazeres que passam e vão.
Mas na última hora da vida,
Ele já não te satisfarão.

Se decides deixar teus pecados,
E entregar tua vida a Jesus,
Trilharas sim, na última hora,
Um caminho brilhante de luz

Meu amigo hoje tu tens a escolha:
Vida ou morte, qual vais aceitar?
Amanhã pode ser muito tarde,
Hoje Cristo te quer libertar.

pr José Videira